Lançada a República dos Escritores no Fantasticon

22:27 Milena Cherubim 0 Commentários

No dia 14 de agosto a República dos Escritores mostrou a que veio. No Fantasticon, o simpósio de literatura fantástica realizado em São Paulo e organizado por Silvio Alexandre, o grupo formado por Chico Anes, Felipe Colbert, Fernando Heinrich, Leandro Schulai, Ricardo Ragazzo e Thiago Ururahy explicou o que é a República e como ela surgiu.

Grupo formado por alunos de James McSill


A República dos Escritores é composta por mais de 20 autores, sendo 6 fundadores e atualmente 17 cidadãos republicanos. Os principais ideais do grupo são o fortalecimento da classe dos autores e divulgação de suas obras.  Thiago Ururahy conta que “a ideia veio do próprio James McSill, como uma sugestão para todos os autores dele compartilharem suas plataformas e fortalecerem a divulgação dos seus trabalhos”. Como plataforma Thiago explica: “é a área de atuação do autor, os grupos onde ele é conhecido e o tamanho destes.”

James McSill é consultor literário, agente de autores e “cirurgião de textos”, seu trabalho é ensinar os autores às técnicas de construção de textos comercialmente viáveis e estruturação de romances.

Os pilares da organização do grupo são a profissionalização, a socialização e a divulgação das obras literárias. Fernando Heinrich explica que “a República dos Escritores tem, como um de seus objetivos, conquistar maior espaço no mercado literário brasileiro e estrangeiro, possibilitando que os livros dos autores republicanos tenham qualidade técnica para competir com os livros internacionais perante as editoras”.

Alguns autores republicanos já estão comemorando. Os títulos “72 horas para morrer” de Ricardo Ragazzo, “Ponto Cego” de Felipe Colbert e “O Veneno de Eva” de Chico Anes serão publicados em Portugal. Um ganho para a literatura brasileira que, de importadora, começa a caminhar para exportar literatura.


Profissionalização

Para que suas ações tenham sucesso, é necessário profissionalização. Algumas pessoas nascem com o talento, no entanto, em algum momento é necessário aprender as técnicas. Ururahy disse que “o autor que tenha intenção de aproveitar a capacidade de criar histórias e escrever textos tecnicamente viáveis, ou seja, comerciais, precisa em algum momento aprender as técnicas literárias que são usadas e aceitas internacionalmente”.

 Para ilustrar sobre a socialização, Chico Anes cita ‘Epiteto’, um filósofo grego: ‘A Educação Liberta’. "Para um cara que passou metade da vida como escravo, ele certamente conhecia o valor e o significado da liberdade. E dizer que a educação liberta é uma frase sábia e fundamentada!”, e com essa introdução, iniciou a explicação dos programas sociais que a República dos Escritores se propôs a implementar. “Bilhete único”, “Meu livro, minha vida” e “Bolsa Livro” são os três programas sociais criados para ajudar tanto leitores quanto os escritores.


Programas sociais

Mas como funciona o “Bilhete Único”? Aqui em São Paulo bilhete único simboliza um cartão com o qual os usuários têm, por até 4 horas, a possibilidade de utilizar quatro conduções pagando apenas uma passagem. Para a República dos Escritores o “Bilhete Único nada mais é que um booktour. A ideia é parecida com o programa do governo. Em um período de 6 semanas um mesmo livro navegará por dois blogs diferentes e ao final um dos dois será premiado com a aquisição do livro em definitivo”, diz Leandro Schulai.
Esse programa atenderá o Brasil todo. Serão escolhidos em cada região 8 blogs literários e a estes serão enviados 4 livros com um prazo de três semanas para a leitura. Para ser um parceiro “a República escolherá não pelo número de seguidores ou comentários, mas pela qualidade da resenha, periodicidade de atualização e investimento que o blogueiro faz no seu trabalho”, afirma Schulai.

James McSill do seu estúdio em Yorkshire
 Após a “Proclamação da República”, o consultor James McSill apareceu online do seu estúdio que fica em Yorkshire, na Inglaterra. A conexão foi via Skype e em projeção 3D. Com a tecnologia propiciada pelo próprio McSill, ele se apresentou por uma hora. Essa foi a primeira vez no mundo que a tecnologia em terceira dimensão foi utilizada em uma consultoria literária. “Com a ascensão dos filmes em três dimensões, esse tipo de palestra era inovador, conseguir esse espaço num evento de literatura fantástica foi muito gratificante”, diz Heinrich. James conseguiu mostrar aos presentes um pouco do seu trabalho como consultor e falou sobre alguns “pecados do autor”.


Com os óculos 3D os presentes acompanharam a consultoria
 Com um jeito irreverente James McSill foi solicito com os presentes. Respondeu perguntas com o tema “poesia” e contou que “hoje em dia a poesia precisa também de um valor agregado”, “sobre nomes”, James fala que “devemos tomar cuidado na criação de nomes e pseudônimos, pois pode soar bem aqui, no Brasil, mas pode ter uma assimilação negativa no exterior”. Também falou sobre literatura espiritual.
Para os interessados, McSill deixou disponível seu e-mail profissional aberto por 48 horas para que os presentes encaminhassem seus manuscritos a fim de receberem uma consultoria gratuita. E quem sabe algum escritor será selecionado para ter aulas com ele? Mas para quem não pode disponibilizar uma verba para estudos, a República dos Escritores pode ajudar. Ururahy assegura que “um dos projetos da República dos Escritores é disseminar esse conhecimento sem custo para escritores iniciantes que não consigam acesso a profissionais como James McSill. Se não supre totalmente a carga horária de estudos, ao menos apresenta ao autor brasileiro como funciona e mercado e desmistifica a ideia de que basta talento e um sonho”, conclui.
Para saber mais sobre as obras sociais da República dos Escritores basta entrar em contato pelo e-mail: contato@republicadosescritores.com.br


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