A Passagem do Anjo
Título Original: Angel’s
Passage
Autor: John Sack
Tradutor: Alves Calado
ISBN: 978-85-99296-50-9
Gênero: Ficção Americana
Páginas: 336
Editora: Sextante
Nota: 3/5
Estante: Skoob
Sinopse:Nas noites de lua cheia, frei Angelo Lorenzini se arrasta para a parte mais escura de sua masmorra e se esconde debaixo do cobertor. Os raios desgarrados de luar o levam ao limite de seus sentidos, fazendo a pele pinicar e o sangue correr furioso nas veias. Levantando as orelhas, ele escuta a lua uivante, porém tem o cuidado de não responder.Sim, Angelo é um lobisomem. Desde que descobriu a herança deixada por seu avô, ele se pergunta o motivo dessa maldição - por que ele? Até que esteja pronto para compreender esse mistério, ele terá que percorrer um longo caminho de desastres e sofrimento.No século XIII, numa Itália profundamente marcada pelos conflitos entre os poderes eclesiástico e imperial, Angelo tem uma rixa pessoal com o papa Bonifácio VIII que remonta a 50 anos, quando o pontífice ainda era o garoto Benedetto Gaetani.Na verdade, a disputa com Gaetani é apenas um dos relacionamentos desastrados de Angelo. Como um Midas às avessas, Lorenzini destrói tudo o que toca. Sempre se envolvendo com mulheres proibidas e ferindo amigos sinceros, afasta de sua vida todas as formas de amor verdadeiro.Por muitos anos, Angelo, que é ao mesmo tempo um ser divino e amaldiçoado, vive dividido entre suas duas naturezas, incapaz de entender sua essência. Ao fim da longa busca por Deus e sua verdade, Angelo descobre que aquilo que procurava estivera o tempo todo dentro dele. Afinal, todo mundo não tem um pouco de animal e de anjo?A passagem do anjo, de John Sack - autor do best-seller A conspiração franciscana -, é uma envolvente ficção histórica com um toque sobrenatural e um desfecho surpreendente.
Esse
livro de John Sack conta a história de Angelo Lorenzini um Lupo. Sim, Angelo era um lobisomem, ou na verdade ele se
transformava em lobo na lua cheia. A história acontece na Itália do século XIII
com Reis, Papas, senhores feudais e servos. Eu gostei bastante da capa do
livro, achei diferente das atuais que são mais elaboradas, me chamou atenção à
sinopse também. Porém o livro me deixou um pouco chateada, pois eu esperava
mais ação do que narrativa, por Angelo ser um lobo, acreditei que haveria
carnificina, mas isso não será encontrado aqui. O livro é dividido em três partes.
Inferno: O Anjo Enlouquecido, Purgatório: O Anjo Ferido e Paraíso: O Anjo Libertado.
A
vida de Angelo não era tão boa quanto parecia aos olhos da comunidade. Com um
pai grotesco, o garoto não aprendeu nada, quase não chegava perto dele. Seu ensino
ficou a cargo de um professor o Dr. Bartolo e depois pelo seu irmão Dr. Filippo.
Mas a vida desse menino não era fácil. O pai uma pessoa difícil, a mãe uma mulher
que rezava todos os dias para a Virgem levar seu marido embora, pois era
agredida constantemente por não querer engravidar e criados que não davam a
mínima atenção ao menino. Angelo cresceu sendo bem educado nas letras, mas como
homem era um grosso.
Sei
pai morreu, sua mãe fornicou com o padre e desse ato nasceu Silvestre, um
bastardo. Angelo gostava do menino ele nascera na mesma época que seu filho. Aos
14 anos Angelo Lorenzini morava na Torre Del Lupo e lá conheceu o amor. Maria
Vidone uma camponesa foi o amor desse senhor e com ela, aprendeu a ser uma
pessoa melhor. Até a hora que Maria falou de sua gravidez. Isso para ele era impossível
de se compreender. Ele era o senhor, não poderia casar com uma empregada. Maria
fez um único pedido. Liberdade. E sim, foi atendida. Contudo não foi fácil,
Angelo tinha um inimigo Benedeto Gaetani. Ele auxiliou Maria na sua libertação.
A
rixa com Gaetani era antiga desde os 8 anos dos garotos. Angelo fora criado
para ser um comerciário, Benedetto para se tornar Papa. E a vida fez os dois se
encontrarem novamente. Pois Angelo tornara-se frei, igual a São Francisco. Vivia
na pobreza.
“ – E tudo que se seguiu ao primeiro passo foi apenas emprestado a nós enquanto partíamos em nossa busca – acrescenta o padre. – Somos seres espirituais frei Angelo, vivendo em corpos emprestados, levando vidas emprestadas. A cada vez que deixamos cair um pedaço de nossa identidade fabricada, emprestada, enxergamos mais de nosso ser verdadeiro. É por isso que permanece quando perdemos ou descartamos todo o resto.” (pág. 196)
Alguns
anos viveu como lobo. Pode ver seu filho, aprendeu várias coisas e no fim de
sua vida... bom isso eu deixo para você saber lendo a história hehe.
O
ápice para mim na história nem foi o esquema entre passado e presente. A história
de Angelo vai passando entre a clausura no buraco e sua juventude. A melhor
parte foi quando a vida de Silvestre foi contada. Ri muito nessa parte:
“– Na primeira noite juntos, Gina pode ficar mais nervosa ainda que você – alertou o Dr. Filippo ao jovem senhor. – É normal ficar sem jeito, já que nenhum dos dois tem qualquer experiência nessas questões. Seja gentil. Ela certamente vai sangrar, e se você for muito impetuoso, a primeira vez pode causar dor a ela. Observe e ouça com atenção. Ela vai dar a entender se você deve ir depressa ou devagar.Na aldeia, a mãe de Gina estava explicando:– Vai ser melhor para os dois se você fazer com que ele sofra um pouquinho.– Sofra? – perguntou a garota chocada. – Torturar o marido que eu amo?– Só um pouquinho – riu a mulher. – Dê-lhe seus beijos, deixe-o acariciar seus seios e seu corpo. Assim você vai provocar o desejo dele. Mas só quando os dois estiverem se retorcendo de tormento é que você deve deixa-lo trabalhar com a espada nas chamas da fornalha,– Da fornalha? Por que você chama isso de um modo tão idiota?A mulher riu.– Vou deixar você descobrir a resposta sozinha.” (pág. 232)
E
depois disso tem mais. Ri muito com esse capítulo trinta. A história de
Silvestre é bem mais amena que de Angelo e só no fim é de descobrimos a
verdade. O livro se torna mais interessante com as explicações. Repito, não
esperem ação para esse livro, pois a única que tem é uma guerra entre facções. Mas
nada muito WOW, só o trivial para o ano de 1200. Para encerrar deixo uma última
citação de Maria Vidone “Então, pelo seu pensamento, nós dois somos sempre um
só?” (pág. 323). Ai ai... confesso que nas últimas páginas vieram lágrimas nos
olhos.
Oi Mi,
ResponderExcluirJá tive mais vontade de ler esse livro, mas hoje minha curiosidade já se foi...
Beijos
Camis - Leitora Compulsiva
É Camis... eu achei que era outra coisa totalmente diferente...
ExcluirMi, já li outro livro desse autor, A Conspiração Franciscana, e percebi a mesma coisa que você. Os livros dele costumam ser sem ação e isso decepciona muito, pois as histórias têm tudo para serem envolventes, mas não são.
ResponderExcluirBeijosss
É Jess... eu achei que seria muito foda, mas não. É bom... só isso hehehe
Excluir