Divergente - Eri
Autor: Veronica Roth
Tradutor: Lucas Peterson
ISBN: 978-85-7980-131-0
Gênero: Literatura
Infantojuvenil
Páginas: 502
Nota: 5/5
Estante: Skoob
Sinopse: Nesta
versão futurista da cidade de Chicago, a sociedade se divide em cinco facções
dedicadas ao cultivo de uma virtude – a Abnegação, a Amizade, a Audácia, a
Franqueza e a Erudição. Aos dezesseis anos, numa grande cerimonia de iniciação,
os jovens são submetidos a um teste de aptidão e devem escolher a que grupo
querem se unir para passar o resto de suas vidas. Para Beatrice, a difícil
decisão é entre ficar com sua família ou ser quem ela realmente é – não pode
ter os dois. Então faz uma escolha que surpreende a todos, inclusive a si
mesma.
Durante a iniciação altamente competitiva que se segue, Beatrice muda seu nome para Tris e se esforça para decidir quem são realmente seus amigos – e onde se encaixa na sua nova vida um romance com um rapaz fascinante, porem perturbador. Mas Tris também tem um segredo, que mantem escondido de todos, pois poderia significar sua morte. Ao descobrir um conflito crescente que ameaça destruir sua sociedade aparentemente perfeita, ela também aprende que seu segredo pode ajuda-la a salvar aqueles que ama... ou destruí-la.
Comentários:
Bonjour Anges!!
Hoje na “Pilha do Anjo”
trago para você o inicio de uma trilogia que acompanho há mais de um ano, mas
que resolvi resenhar apenas agora em que está terminada. Esse livro atiçava
muito a minha curiosidade. Mesmo ele estando na minha estante há meses depois
de comprado demorei um pouco pra ler, mas fiz bem, porque aproveitei o
lançamento do segundo livro da trilogia, “Insurgente”, e evitei sofrer muito
com a espera pela continuação – coisa que infelizmente não aconteceu com o
último.
A história de
Divergente acontece em uma Chicago futurista. Nesse mundo distópico, depois de
muitas guerras, os antepassados dos personagens chegaram à conclusão de que a
culpa do mundo em guerra era da personalidade humana e sua inclinação para
fazer o mal e não de suas crenças, raças ou política. Eles então se dividiram
em facções que procuram erradicar as qualidades das quais cada uma acredita ser
responsável pela desordem mundial. Ao todo são cinco facções: a Amizade, cujos
membros culpam a agressividade e são dados às artes; a Erudição, dos quais os
membros culpam a ignorância e são dados a todo o tipo de estudo; a Franqueza
que culpa a duplicidade, e são tão sinceros que não se importam se acabam sendo
mau educados ou insensíveis; a Abnegação que encontra seu culpado no egoísmo
sendo totalmente altruístas; e por fim a Audácia, cujos membros culpam a
covardia, sendo os mais loucos e ousados dentre todas as facções.
A protagonista dessa
distopia é Beatrice, uma garota da Abnegação que tem uma vida simplória: desde
pequena ela é treinada e educada para ser altruísta, amável, sempre pronta para
ajudar ao próximo. Porém, ela acha muito difícil agir dessa maneira.
Ao completar 16 anos,
ela e todos os jovens passam por um teste aptidão que revela de qual é a facção
a qual a pessoa deve pertencer e é aqui que tudo começa a mudar na vida da
Beatice. O teste dela é inconclusivo, ou seja, não se define a apenas uma das
facções, sendo assim ela é uma Divergente. E por algum motivo que ninguém
explica para ela, os Divergentes são considerados perigosos. Ela decide então
abandonar a família e seguir para a facção da Audácia onde ela escolhe um novo
nome – Tris – e onde deverá enfrentar um treinamento duro e, muitas vezes,
cruel para garantir o seu lugar lá dentro, ou então se tornará uma sem-facção.
Beatrice, ou Tris, é
uma ótima protagonista. Ela é esperta, ágil e apesar de ser uma garota não é
uma personagem melosa ou chata como geralmente costumam ser algumas personagens
principais. Ela tem seus princípios e crenças, honra-os e luta por eles, e não
tem papas na língua. E o mais legal é que mesmo já sendo assim no inicio da
historia, com o decorrer da trama a Tris amadurece muito.
Mesmo os personagens
secundários são bem redondos e é muito fácil para o leitor criar uma relação
com eles. Senti verdadeiro ódio e desprezo por alguns personagens e muito
ressentimento por outros. Eric é um ótimo exemplo de desprezo: ele é o líder
dos recrutas da Audácia que precisa o tempo todo se auto afirmar para os seus
alunos, seus superiores e para si mesmo. E temos também o outro lado da moeda:
Quatro, que não é menos rígido que Eric, porém tem uma opinião completamente
diferente do significado de coragem e do que devera ser praticado dentro da
facção.
Questionamento é a
palavra que define o livro. O tempo todo vemos Tris questionar tudo e todos à
sua volta e nos leva a pensar com ela. Será que segregar as pessoas em facções
é a melhor opção? Podemos mesmo apresentar aptidão para somente uma facção?
Passei o tempo todo durante a minha leitura, me questionando e debatendo com as
opiniões da Tris.
E é justamente essa
crítica social que dá mais corpo ao livro. O antagonismo entre as facções
mostra que mesmo tentando coexistir em paz está na natureza humana os
sentimentos ruins que levam às guerras e à destruição de valores.
O único ponto fraco pra
mim, é que algumas revelações que deveriam ser bombásticas aos meus olhos se
entregaram muito rápido. Não sei se é por conta de ser um livro mais juvenil,
ou pelos meus estilos de leituras fazer com que os detalhes sejam pescados no
ar, mais algumas teorias que criei no inicio da leitura apenas se confirmaram.
Não que isso seja ruim, apenas acaba um pouco com o impacto do fator surpresa.
A escrita é sutil,
capaz de te dar um abraço e um tapa em seguida. O modo com que a autora narra a
história é leve, flui com rapidez, e as 502 páginas voaram em minhas mãos. Não
consegui largar o livro enquanto não acabava de lê-lo, e fiquei em estado de
choque quando aconteceu, afinal fazia tempo que eu não lia um livro desse
tamanho em apenas um dia. O final é de tirar o fôlego e te deixar ansioso por
mais.
Impossível não fazer a
comparação clássica, não é mesmo? Acredito que todos esperem por isso.
Realmente esse assunto é muito polêmico, comparam muito Divergente com Jogos
Vorazes, mesmo não possuindo a mesma história e nem algo semelhante, algo
totalmente distinto, mas que ainda assim, procuram algo para “comparar”, são
trilogias distópicas, mas com assuntos diferentes. Talvez o fato das
protagonistas serem garotas em ambos, ou talvez às criticas sociais envolvidas
aumentem essa necessidade de comparação. Mas, acreditem, apesar de ser
distopia, apenas isso há de semelhança com a criação de Suzanne Collins.
Para os fãs da
distopia, o ultimo dia 20 de março foi muito esperado, pois foi quando lançaram
aqui no Brasil o filme “Divergente”, tendo como protagonistas Theo James como
Quatro e Shailene Woodley como Tris. A adaptação ficou muito fiel, com muitas
cenas de ação e uma boa dose de romance – sem que ficasse meloso demais (assim
como no livro).
Para que curte distopia
“Divergente” é um dos ótimos exemplos do gênero, com muita ação, uma dose de
romance e uma boa filosofia. Uma leitura que com certeza irá ganhar cada vez
mais fãs por ser envolvente e bombástica.
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