Eu, Filha de Sobreviventes do Holocausto
Título Original: I Was a Child of Holocaust Survivors
Autor: Bernice Eisenstein
Tradutor: Alzira Allegro
ISBN: 978-85-99560-15-0
Gênero: Biografia
Páginas: 200
Editora: Novo Conceito
Nota: 4/5
Estante: Skoob
Sinopse:
O livro de memórias de Bernice Eisenstein, Eu, Filha de Sobreviventes do Holocausto, é uma obra altamente original, ao combinar imagens e palavras, desenho e narrativa. Assim, a autora, que também é desenhista e ilustradora, registra suas memórias como filha de sobreviventes do Holocausto, de pais que passaram pelas exasperadoras experiências de Auschwitz. Nessa jornada, ela busca entender sua própria vida e sua relação com os pais, sempre com a sombra do Holocausto pairando sobre sua cabeça. Ela fala da tragédia sem pender para o trágico; descreve suas experiências e a vida de seus pais, imigrantes no Canadá, com um humor irreverente; destila uma ironia nem sempre sutil em suas reflexões filosóficas - que vão além do Holocausto - sempre embasada em suas muitas leituras (Primo Levi, Elie Wiesel, Hannah Arendt, Alfred Kantor, para citar alguns) - em tudo resgatando a alma ídiche, marca registrada do texto. O livro de Bernstein é uma conversa séria, lúcida e, por vezes, divertida dela consigo mesma, com os pais, com os amigos dos pais - também sobreviventes de Auschwitz - e com o leitor. É sobre o Holocausto e é também sobre a condição humana. Considerado o - Livro do Ano de 2006 - no Canadá.
O
livro “Eu, Filha de Sobreviventes do
Holocausto” eu vi na Bienal de São Paulo no stand da Editora Novo Conceito
e me apaixonei. Para quem me conhece sabe que sou apaixonada pela história nazista.
Sim, serei super criticada, mas o que posso fazer? Hitler era uma pessoa muito
inteligente e usou isso contra a humanidade, não aceito... porém foi um fato
histórico e sempre que tem algum livro que vejo quero ler.
Bernice
Eisenstein é filha de dois sobreviventes do Holocausto e quer muito saber da
história vivida por seus pais. Contudo como fazer com que revivam os pesadelos
que foi a guerra?
Após
saírem de Auschwitz Ben e Regina foram para o Canadá e formaram uma família. Para
Bernice era complicado não saber do passado dos pais. O pai era muito calado,
quase não falava do massacre. Sua mãe por outro lado gravou uma entrevista
contando tudo o que passou, isso após a morte de seu marido. Imagina uma
criança que estava ficando adolescente e ávida por informações sempre podada. Assim
era Bernice, a filha e sobreviventes. O relato que faz neste livro é muito
interessante. Uma outra visão do massacre ocorrido de 1939 à 1945.
Para
a autora o Holocausto era como uma droga que ela necessitava diariamente. Olha o
que ela diz na página 20:
Meus pais nem imaginam que são traficantes de drogas. Jamais imaginariam o tio de ‘barato’ que H causa. Essa droga me faz querer mergulhar mais e mais dentro dela, levando-me de casa para o cinema, para a biblioteca, onde eu posso sozinha, ver casa filme, ler cada livro acerca do Holocausto. Rolos de filmes e paginas de livros poderiam ser picados até formarem um pó bem fino que seria depositado no chão, formando carreiras, e poderia ser inalado.
É...
o Holocausto para ela é como o ar que se respira. É necessário. Com as memórias
de filmes, livros e relatos de sobreviventes, Bernice, conta a vida de sua família
e nos deixa entrar nesse mundinho particular. Ela tem o pai como um cawboy. Ele
adorava assistir filmes de Velho Oeste e era assim que se lembrava dele.
Como um livro empoeirado em uma biblioteca, a memória é puxada da prateleira e suas paginas são viradas rapidamente à procura de uma passagem familiar que possa ser revisitada. Muitas vezes quando penso em meu pai, vejo-o estirado na cama, a cabeça apoiada em um braço, uma mão no bolso, assistindo a filmes do Velho Oeste na televisão. (pág. 49)
A
língua falada em sua casa até os seus 6 anos era o Ídiche. No livro você encontra
alguma várias palavras e/ou expressões. Algumas com traduções outras a autora
deixa pra você procurar. É divertido, não deixa o livro cansativo outro ponto
positivo. Mesmo sendo um assunto pesado, a narrativa é super rápida. É como se
a autora estivesse lhe contando a história pessoalmente, em uma conversa de
bar.
Fora
o relato o livro é todo trabalhado em desenhos que a própria autora fez. Separei
dois que me chamaram mais atenção.
E
com essa última citação de Bernice Eisenstein deixo o convite para você ler essa
obra biográfica que está um primor!
Sempre senti que pudesse encontrar a mágoa mais profunda de meus pais, eu poderia localizar também a minha própria dor por eles. Mas como poderia imaginar que tudo o que o Holocausto havia anulado em suas vidas pudesse ser substituído, como se minha necessidade de entender pudesse compensar tanta dor? Jamais conseguirei saber verdadeiramente o quanto meus pais sofreram. Está além de meu alcance, e talvez tenha ficado até mesmo além do alcance deles entender a dimensão total de suas perdas. (pág. 178)
ahhh quero muito ler esse livro, parece ser foto e ao mesmo tempo ter uma das temáticas que mais gosto. Relaxa que muita gente tem a mesma opinião que você sobre a 2ª GM ^^.
ResponderExcluirBeijos
Olá
ResponderExcluiresse livro parece muito bom, me interessei por ele vou procurar, gosto dessa temática.
Ficou muito boa a resenha.
Beijão
http://lilicasg.blogspot.com.br/