O Diário Serial
Autor: Igor Castro
ISBN: 978-85-64469-78-5
Gênero: Ficção Brasileira
Páginas: 224
Editora: Dracaena
Nota: 4/5
Estante: Skoob
Sinopse: Verão no litoral catarinense. Uma época de sol, calor e muitas festas. Mas esta rotina paradisíaca mudará quando uma série de assassinatos assolar a cidade, em eventos nunca antes presenciados.Um serial killer está solto, escrevendo em seu diário seus mais profundos e aterrorizantes sentimentos, descrevendo como se sente quando mata e como pretende continuar com seu plano.Uma mente complexa, bizarra, que é capaz de qualquer coisa para alcançar seus objetivos obscuros, e que tem em seu diário pessoal seu principal confidente.Nos locais dos crimes, pistas e indicações apontam para a próxima vitima. Nenhum detalhe pode ser ignorado. Mas as vitimas não são escolhidas por acaso.Todas elas têm uma forte e peculiar ligação com o assassino.A única esperança da cidade é uma dupla de jovens policiais, que caçarão o assassino nos mais diversos cantos da Ilha da Magia.Da magnifica praia de Moçambique à histórica Catedral Metropolitana, da fantástica Jurerê Internacional ao longínquo bairro do Rio Vermelho, Rodrigo e Gomes seguirão as pistas deixadas pelo serial killler para tentar alcançá-lo antes que ele consiga finalizar a sua obra macabra.Um thriller bombástico do início ao fim, que colocará o primeiro serial killer em terras florianopolitanas, observando de perto os passos de suas vitimas, pronto para fazer com que elas paguem seus pecados com o próprio sangue...
Comentários:
Bonjour Anges!
Hoje é dia de mais uma
leitura da nossa “Pilha do Anjo”. E dessa vez trago pra vocês um livro
nacional. O Diário Serial é o livro de estreia do nosso autor parceiro Igor
Castro. Quando o livro chegou, após ser gentilmente enviado pelo autor, já
fiquei curiosa ao ler a sinopse. Eu simplesmente AMO thrillers, sou fissuradas
por eles e poder conferir um nacional me deixou empolgada.
Ao iniciar a leitura
não me desapontei, logo nas primeiras paginas, tendo por introdução as páginas
do diário do assassino já me senti presa pela narrativa. A loucura, o amor pela
morte e o desejo de vingança era tão palpável que simplesmente me apaixonei.
A história fala sobre
um serial killer que está à solta no litoral catarinense. Ao
encontrarem uma caixa com um crânio e um crucifixo em seu interior, os
policiais Rodrigo e Gomes começam uma investigação desse assassino que promete
matar várias pessoas na cidade de Florianópolis. Em cada vítima, o autodenominado "O
Juiz" dá pistas de qual seria seu próximo assassinato, aparentemente
tentando manter uma relação, às vezes impensável, entre as vítimas.
Desde então a população
fica aterrorizada com as mortes que chocam a cidade e as pessoas passam a temer
ser a próxima vítima do psicopata. Ao matar, O Juiz descreve em um diário
cada crime cometido, um a um. Mas o que o levou a fazer tais assassinatos em
série? Qual a relação de todas as vítimas entre si? Qual a verdadeira
identidade de O Juiz?
O Juiz, aparentemente,
tem a intenção de fazer justiça com as próprias mãos. Motivado por uma
injustiça do passado, ele tenta reparar o erro começando a matar àqueles a quem
julga culpados de seu destino. Em cada vítima escreve uma letra do seu
codinome, começando por "O", depois "J", assim por diante,
até completá-lo, e deixa objetos que indicam qual pessoa será a próxima a
morrer.
A história segue
narrada em terceira pessoa com exceção das partes do próprio diário serial, o
que é extremamente conveniente e consegue criar ainda mais suspense e mistério.
O autor consegue equilibrar a narração entre as investigações, o diário e um
pouco das vidas de cada vítima, essas últimas muito interessantes, porque nos
ajudam a entender o motivo das condenações que receberão aquelas pessoas,
conhecendo-as um pouco mais.
O cenário foi um
personagem a parte nesse livro. Para quem, como eu, não conhece a capital
catarinense, Florianópolis foi usada de uma ponta a outra, exaltando sua
beleza, seus pontos turísticos. Realmente fiquei com muita vontade de conhecer
pessoalmente os lugares onde cada crime aconteceu.
O que realmente faltou
para se tornar um dos meus livros favoritos foi a crueldade. Achei que o
assassino, inteligente do jeito que era para arquitetar toda essa vingança
minuciosa e amante da morte, poderia ter se “divertido” mais. Tirando a
primeira morte, do Padre Rosa, as restantes foram tão simples. Faltou sangue,
tortura, frieza e criatividade... Não me condenem, amo essas coisas
sanguinárias e chocantes.
Os dois detetives do
caso, Rodrigo e Gomes, apesar de muito inteligentes e bons profissionais também
não conseguiram me cativar. Talvez seja por conta do calor da investigação, mas
faltou alguma coisa que os deixassem mais críveis, que criasse uma conexão
maior com o leitor.
Mas, o final traz uma
reviravolta tão grande, que entrei em choque de surto. Simplesmente amei. Adoro
finais assim. Bem, pra saber o que tanto amei só lendo, pois se eu falar
qualquer coisa poderá acabar com toda a graça do livro.
A capa de César Oliveira chama bastante a atenção. É uma folha toda
manchada em sangue, com marcas de dedos. Jogando com tons de vermelho, laranja
e preto cria o clima para uma historia regada de crimes e sangue. Apenas o
subtítulo me deixou meio perdida antes de ler a sinopse: “Pronto para fazer com
que elas paguem seus pecados com o próprio sangue...”. Esse “elas” me fez
pensar no inicio que o padrão do serial killer seria mulheres, mas no final foi
o contrario, já que predominou a morte de homens. Mas, o “elas” pode estar se
referindo às vitimas. Achei um pouco confuso de qualquer forma.
Com a trama mais focada nos casos, não deu pra definir muito a
personalidade de cada personagem. Rodrigo é um bom policial, com alto senso de
justiça, que gosta de passar suas folgas na praia (ao menos deseja por isso),
Gomes é mais quieto, aparentemente mais sério, mas tão inteligente quanto Rodrigo.
Mas, com o calor da investigação, os dois como pessoa somem e só conseguimos
vê-los como policiais, como peça para resolver o enigma. Senti um pouco de
falta dessa humanidade que acrescenta credibilidade aos personagens. Já o nosso
assassino é algo mais palpável, já que temos acesso às paginas de seu diário.
Ele ficou bem retratado como o psicopata que é e a motivação que o levou a
agir.
Os fãs de um bom
thriller podem pegar “O Diário Serial” sem medo de não encontrar
aquilo que se espera de uma história como essa. Como todos os livros do gênero,
a escrita é em ritmo acelerado e sempre prezando os detalhes, principalmente,
neste caso, quando o serial killer está em ação. Por se tratar de um livro
curto e escrito tão bem, a leitura poderá ser feita em poucas horas, mais um
detalhe que engrandece a obra. Está mais que recomendado essa leitura!


0 comentários: