O Julgamento de Gabriel

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Título Original: Gabriel’s Rapture
Autor: Sylvain Reynard
Tradutor: Fabiano Morais
ISBN: 978-85-8041-185-0
Gênero: Ficção Americana
Páginas: 372
Editora: Arqueiro
Nota: 3,5/5
Estante: Skoob
Onde comprar: Saraiva / Cultura / Submarino






Sinopse: Eles estão vivendo uma paixão arrebatadora, mas muitas pessoas são contra esse amor.

Gabriel Emerson e Julia Mitchell se conheceram há muito tempo, quando ela ainda era adolescente, numa noite mágica e confusa. Mas, apesar de todo o sentimento que nasceu entre eles, seus caminhos se separaram no dia seguinte.
Anos depois, quando Julia começa o mestrado na Universidade de Toronto, eles se reencontram. Gabriel é um professor enigmático, sedutor e muito arrogante que a atormenta e persegue. No entanto, o que mais faz Julia sofrer é ele não se lembrar dela.
Mas nem mesmo o insensível Gabriel é capaz de resistir à profunda conexão que existe entre eles e logo os dois embarcam numa tórrida paixão proibida. Com o fim do semestre e do curso ministrado por Gabriel, eles deixam de ser professor e aluna e enfim estão livres para viver seu amor. Ou pelo menos era o que pensavam.
Após uma viagem romântica para a Itália, durante a qual Gabriel ensina a Julia todos os mistérios do prazer e, em troca, aprende com ela o significado do amor verdadeiro, os dois veem seus sonhos ameaçados.
Duas denúncias junto ao Comitê Disciplinar da Universidade põem em risco o emprego de Gabriel e a carreira brilhante e promissora de Julia. Será que esse romance conseguirá resistir a um julgamento implacável?
Na apaixonante sequência de O Inferno de Gabriel, Sylvain Reynard constrói uma bela história de amor, da qual os leitores jamais se esquecerão.




Comentários:

Bonjour Anges!!

Hoje na nossa “Pilha do Anjo” temos mais uma leitura em parceria com a Editora Arqueiro. Sequência da trilogia que conquistou muitas leitoras e chamou a atenção, principalmente pra quem tem certa queda pelo romance proibido entre um professor e uma aluna.


“O Julgamento de Gabriel” se inicia exatamente onde “O Inferno de Gabriel” terminou: na viagem de Gabriel e Julia à Florença. Os dois já não são mais professor e aluna e finalmente se tornaram amantes e estão curtindo cada segundo juntos. Esse clima de romance e de descoberta faz os dois acharem que suas vidas são um perfeito conto de fadas.

Mas, logo de cara, podemos ver que há pessoas que não estão muito felizes com esse relacionamento. Giuseppe Pacciani é uma dessas pessoas. Ele se encantou com a beleza de Julia durante uma palestra de Gabriel e, não gostou da rejeição da jovem. Tendo um ego gigantesco e uma luxuria e inveja maiores ainda Giuseppe será uma pedra no sapato do casal.

Christa Peterson também é do time que não deseja ver o casal junto. Desde o primeiro livro podemos ver o interesse dela em Gabriel e todas as rejeições que sofreu, mas dessa vez o autor mostrou um pouco de seu passado e sua verdadeira motivação em conquistar o especialista em Dante e, logo de cara, o leitor já pode esperar, pois ela será um osso ainda mais duro de roer no decorrer da história.

Mas, fora essas duas pessoas, há também um fantasma do passado do Gabriel. Um fantasma que não se conforma de perder espaço na vida dele e que também fará de tudo para revidar a rejeição. Paulina não aceita dividir, muito menos perder Gabriel para Julia.

Julia, além de ter que lidar com a insegurança que a presença de Paulina provoca, ainda tem que lidar com os próprios fantasmas do passado. Nathalie, filha da ex-namorada do pai de Julia e amante de Simon (ex-namorado idiota da Julia) também apareceu para colocar mais lenha na fogueira, ameaçando a jovem com fotos comprometedoras. Mas, nesse momento podemos ver um leve, bem pequeno mesmo, crescimento da personagem. Antes Julia permitia que todos pisassem nela e agora ela já consegue revidar na mesma proporção.

A trama do livro então, se desenvolve em cima de duas denuncias feitas ao Comitê Disciplinar da Universidade de Toronto, onde Gabriel e Julia se reencontraram. Relacionamento entre alunos e professores são terminantemente proibidos e agora os dois terão que provar que não descumpriram essa regra para poderem salvar suas carreiras.

Por conta disso os dois acabam se separando e é nessa fase que o amor e a confiança do casal tem que se provar sólida ou então o futuro que dois tanto almejam pode não se concretizar.

Particularmente, achei a história meio empacada. Além do drama já esperado por conta do psicológico dos protagonistas e o grande acréscimo por conta da separação, houve algumas coisas que realmente foram desnecessárias.

A maior parte do tempo me senti lendo um romance histórico fora de época. Não que eu não goste de romances históricos, longe disso, mas o lado casto foi meio exagerado e em vez de mostrar o lado nobre do amor me pareceu motivo bobo para mais drama.

John e Soraya, os dois advogados do casal diante das denuncias na universidade foi uma das coisas que mais curti no livro. Os dois ao invés de ajudar conseguiram colocar mais lenha na fogueira ao tentar inocenta-los. Soraya principalmente, com seu jeito todo sarcástico e autoconfiante, um contraste berrante com Julia, seus diálogos sempre arrancaram boas risadas.

Paul Virgil Norris, o amigo doce e o cara legal se tornou ainda mais querido por mim. Sua natureza dócil e protetora faz dele o par perfeito. E chega a doer saber que o coração dele será partido ao não ser correspondido por Julia. E dói ainda mais porque mesmo com o coração aos pedaços ele não deixa de ser um bom amigo.

Assim como o primeiro livro, um dos pontos mais altos e que eu adoro na história é a ligação que o casal principal faz com a obra clássica, “A Divina Comédia”. O enredo é recheado de citações de Dante e Beatriz, assim como Abelardo e Heloisa. Eu gosto como Sylvain interligou fatos de uma história clássica com os personagens de um romance contemporâneo.

Outro ponto super positivo é ver a evolução de Gabriel. Desde o primeiro livro Julia tem mostrado ao professor o que é bondade, amor sacrificial, caridade e enfim podemos ver como isso muda os conceitos de vida de Gabriel, como isso o torna um homem melhor disposto a fazer qualquer coisa para se tornar digno do amor de sua amada.

Mas, ao mesmo tempo que Gabriel evoluiu, seu lado que venera Julia chega a ser irritante. Ele trata a jovem como se ela fosse de cristal. Principalmente durante o sexo, fica todo temerário de machuca-la, como se qualquer coisa fosse quebra-la ou magoa-la. Essa falta de crença na força dela faz o Gabriel ser um protagonista meio enjoativo e não muito cativante.

Um ponto negativo é o fato da Julia evoluir muito pouco. O fato dela não colocar fé no amor de Gabriel e no relacionamento dos dois, além de gerar mais drama, é completamente irritante. Mesmo com os traumas que carregam, mesmo sendo símbolo de caridade e bondade, Julia não deveria se fazer de tapete e deixar todos pisarem nela.

Para os leitores que ainda tem duvidas esse livro definitivamente não é do gênero erótico. Ele tem muitas cenas sensuais, MUITO romance e muito drama. Sim, citei bastante sobre o drama, pois chega a ser meio “novela mexicana”, mas uma coisa não posso negar, a trama pontua bem tudo o que pode colocar um relacionamento amoroso em perigo e exalta ao amor puro e verdadeiro.

Um final clichê, bonito, porém faltou novamente um gancho mais forte para passar segurança sobre a necessidade de um terceiro livro. Mesmo com todas as questões emocionais dos protagonistas acho que tudo poderia ter se resolvido em “O Julgamento de Gabriel”, mas já que há um terceiro, “vambora” pra essa leitura!


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