12 anos de escravidão

08:30 Milena Cherubim 3 Commentários

Título Original: Twelve Years a Slave
Autor: Solomon Northup
Tradutor: Drago
ISBN: 978-85-98903-68-2
Gênero: Biografia norte americana
Páginas: 232
Editora: Seoman
Nota: 5/5
Estante: Skoob
Onde comprar: Saraiva / Cultura / Submarino




Sinopse:A obra que originou o filme 12 Anos de Escravidão retrata a história de Solomon Northup, um homem negro nascido livre nos Estados Unidos, que após ter recebido uma falsa proposta de trabalho, foi sequestrado, drogado e comercializado como escravo, e passou doze anos em cativeiro, trabalhando, na maior parte do tempo, em uma plantação de algodão na Louisiana. Após seu resgate, Northup, com uma escrita simples e ágil, retrata os registros excepcionalmente vívidos e detalhados da vida de um escravo. Este é um dos poucos retratos da escravidão americana, redigido por alguém tão culto quanto Solomon Northup - uma pessoa que viveu sua vida sob a óptica de uma dupla perspectiva: ter sido tanto um homem livre como um escravo.


Comentários:

Hi Angels! Hoje a resenha é sobre uma biografia de um homem simples que queria dar um sustento melhor a sua família e acabou sendo sequestrado. Para quem não conhece ou não viu o filme, Solomon Northup era um negro livre, nascido e criado livre. Como ele foi parar por DOZE anos na escravidão? Bem... vou contar um pouco sobre isso, mas nada melhor que ler o relato dele próprio. Agradeço a Editora Pensamento pela cortesia em nos encaminhar o livro!

Solomon nascido e criado em Nova Iorque estava morando em Saratoga com sua família quando recebeu uma proposta para ganhar um pouco mais e poder dar melhor sustento a sua família. Ele tocava violino, arava as plantações, trabalhava como carpinteiro, levava toras para cidades vizinhas, contudo o relato dele de doze anos de servidão é forte e extremamente realístico. Você pode pensar, “mas Milena como assim? Você é branca, loira e de olhos azuis o que sabe sobre escravidão?” eu sei o que a maioria sabe, pelas aulas de história. Contudo ainda existem escravos, em menor número, claro... mas ainda existem...
Mas voltando para a vida de Solomon, depois de ser traído e vendido ele foi parar em Louisiania e agora era conhecido como Platt. Um negro safado que dava bons lucros ao seu senhor. O coitado do Solomon passou por vários donos até ficar por dez anos com apenas um, Epps. Um homem desagradável. O relato que Solomon fez de seus dias me deixaram chateada, ok eu sabia que não seria uma leitura fácil. A história é triste, contudo ele nos revela de forma tão singela que ao ler não se torna um livro sanguinário.
Os negros sempre foram discriminados por sua cor de pele. Vindos da África já entraram nos Estados Unidos como escravos. Eles eram comprados como cavalos. Os escravagistas mandavam os donos de terras olharem dentes, apertarem braços, fazerem perguntas para ver o grau de instrução e se caso eles fugissem ou tentassem fugir eram açoitados e quase mortos.
 Na trajetória de Solomon ele conheceu alguns homens bons. Um senhor que tratava os escravos de maneira cordial, fazendo com que eles não quisessem sair de lá. Porém a maioria dos homens que passaram por sua vida eram senhores cruéis e indignos de viver.
Vou relatar uma coisa que aconteceu comigo e me deixou profundamente chateada. Eu comecei a ler esse livro durante a semana e leio sempre quando tenho tempo livre. Gosto muito de ler no transporte público, pois assim chego mais rápido nos locais. E estou eu indo para o metro na Vila Mariana, pego meu livrinho e abro suas páginas. Começo a ler como sempre faço. Sabe quando parece que tem alguém te olhando? Então... olhei ao meu redor para ver essa sensação e me deparo com uma freira e uma senhora me olhando de cara feia e cochichando. Olho para ver se tem alguém na minha frente que queira sentar, vai saber né, eu fico super distraída quando leio. Mas não. Elas estavam de cara feia para mim mesmo. E olhavam para o livro e olhavam para mim. Me toquei depois, claro, elas eram negras, por isso a irritação comigo.
Bom vou deixar uma coisa bem clara aqui. Sou totalmente contra a qualquer forma de preconceito. Uma das minhas melhores amigas é negra. Na verdade eu a trato como uma irmã. A conheci na faculdade e sempre era “café com leite e leite com café”, sim éramos e somos sempre unidas. Amo minha neguinha. Jamais ofendi qualquer pessoa que seja. Eu sofro preconceito direto. Ai vocês pensam “ah cala boca Milena, você? Duvido que sofra!”, sim queridos leitores eu sofro sim, pois sou gordinha e em entrevista de emprego me olham torto, quando entro em uma loja de roupas me olham torto, na academia? Rá perdi a conta de torção de nariz para minha pessoa. Preconceito é uma coisa muito séria e eu adoraria que as pessoas parassem de julgar as outras pela cor da pele ou seu tamanho.
Bem ainda não assisti ao filme que concorreu e ganhou o Oscar.  Vou deixar aqui o trailer do filme. Espero que tenham gostado, me perdoem pelo desabafo e até a próxima!




3 comentários:

  1. E eu vi o filme... é revoltante ver como é simples enganar uma pessoa e dispor da vida dela. É um filme triste, mas que nos faz pensar. Hj em dia ainda temos escravidão, o chamado "trabalho escravo", em que os estrangeiros iludidos com a possibilidade de uma vida melhor acabam sendo atraídos para trabalharem aqui, mas são obrigados a fazer jornadas extensas a troco de miséria. Como melhorar a situação se hoje a preocupação geral é a Copa? É pra pensar!

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  2. Oi, Milena.
    Como não estou muito a fim de ler esse livro, prefiro comentar sobre seu desabafo! E você está certíssima. É triste ver que muitas pessoas só enxerguem o preconceito racial. Mas são tantas as formas de preconceito que não são levados tão a sério... Já sofri muito por ser gordinha. Acho ridículo a postura de algumas grifes de não fazerem roupas maiores porque não querem gordos usando a marca deles. Isso existe?? Sim, existe em todos os lugares!!
    Beijos
    Camis - Leitora Compulsiva

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  3. É Camis... preconceito de qualquer forma é ridiculo... essas grifes que fazem roupa só pra modelos estão perdendo um mercado muito bom com nós cheinhas hihi

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