Carl Hiaasen – Skink – Não se renda

10:30 Milena Cherubim 0 Commentários




Recebi este livro de parceria com a Editora nVersos e confesso que não estava muito empolgada para ler, achei a capa tão... sei lá... comum? Sem nada que chamasse atenção? Mesmo assim, peguei para ler e olha, me surpreendeu.

Carl Hiaasen tem uma escrita tão gostosa que flui facilmente. Ri muito com os personagens e fiquei muito feliz pelo enredo. Hiaasen traz a tona um assunto muito importante entre a molecada. Conhecer estranhos pela internet.

Um alerta muito importante nos dias atuais. Vemos muitas famílias serem dizimadas pelo sequestro, assassinato, tráfico de crianças, pedofilia... um assunto difícil, porém que foi tratado de uma maneira leve e muito bacana.

Vamos conhecer os personagens?

Richard é um garoto estranho. Um adolescente que adora pescar, achar novos ninhos de tartarugas e que quase não se mete em encrenca.

Malley é uma menina rebelde. Prima de Richard, ela desaparece e apenas dá algumas pistas para seu primo.

Skink é um cara estranho. Um velho de 62 anos que já foi governador e agora, teoricamente está morto.

Malley faz a maior cagada de sua vida. Ela mente para seus pais e foge de casa com um cara que ela conheceu pela internet e o único que pode ajudar é Richard. Todos achavam que ela estava no colégio interno para conhecer melhor antes de ir finalmente para lá.
Só que Richard ficou com a pulga atrás da orelha e foi investigar. E realmente descobriu que ela tinha fugido e decidiu ir atrás dela. Só que ele precisava de ajuda. Como um garoto de 16 anos pode fazer isso sozinho?

E é ai que entra o “Governador”. Isso mesmo. Richard conhece Skink na praia em uma cova de proteção aos ovos de tartaruga e após o Governador dar uma lição no sujeito que estava roubando os ovos para vender no mercado negro, ele decide que irá ajudar o garoto a reaver a prima.

Claro que a mãe de Richard fica possessa e ameaça colocar o alerta amber para ele também, mas Skink dá um jeitinho para que ela fique mais tranquila.

E ai começa a aventura. Como Richard e Malley são aficionados por natureza a menina começa a mandar dicas para o primo e assim Richard e Skink vão para o lugar certo.

Gente esse livro é muito divertido, as situações que eles passam é de dar medo, mas a maneira como o garoto lida com tudo é muito madura.

Separei algumas partes para vocês verem como é tanto à escrita quanto o enredo:

Eu me aproximei de novo do ninho de tartaruga, deixei o Easton no chão e coloquei as mãos sobre as orelhas para abafar o som das ondas. A respiração misteriosa parecia vir de dentro do retângulo de fitas cor-de-rosa.“Poderia ser um caranguejo?”, me perguntei. “Um caranguejo com asma?”. Porque ovos novos de tartaruga não davam um pio. Isso eu sabia como fato. (pág. 11)

- Segura meu olho – disse, arrancando o olho esquerdo do rosto. (pág. 15)

- “Um sonho tem poder de envenenar o sono.” Isso é de um poeta chamado Shelley. Vale a pena ler. – Skink se levantou devagar e sacudiu a poeira. – Que horas são, Richard?” (pág. 93)

E ai, porco!Vai, porco!Você hip,Você hop.
Eu façoBacon.Então, e ai, porco!Porco lerdo! Sai daqui,Anda logo,Ou você vira,
Presunto! (pág. 199)

Essa parte é tão hilária! E muito, muito perigosa também. Pessoas morrem, se machucam e muita coisa é modificada no final. E a mensagem que o autor passa é muito importante e não me arrependo de ter lido. Obrigada nVersos pelo envio e até a próxima!

SERVIÇO:

Título:  Skink – No Surrender
Autor:  Carl Hiaasen
Tradutor: Monique D’Orazio
ISBN: 978-85-8444-076-4
Assunto: ficção norte-americana
Páginas: 256
Editora: nVersos
Nota: 4/5
Estante: Skoob
 Sinopse: Quando sua prima desaparece sob circunstâncias suspeitas, a quem você recorre? Só existe um homem para a tarefa: um ex-governador meio louco, meio selvagem e de um olho só, chamado Skink. Ele se junta a Richard, um garoto de catorze anos, numa perseguição vertiginosa por toda a Flórida, sem se intimidar por tempestades de raios, cobras venenosas, balas perdidas e jacarés gigantes. Há um milhão de lugares onde a prima Malley poderia estar e um milhão de desfechos desagradáveis que poderiam acometê-la, mas uma coisa é certa: nos pântanos da Flórida, justiça é um prato que se come selvagem.

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