Julia Wertz – Entre umas e outras
Teste |
Hi Angels!
Olha que massa esse
livro que veio em parceria com a Editora Autêntica!
O HQ autobiográfico
de Julia Wertz pelo selo Nemo foi um livro muito divertido e ouso dizer que
também é um livro que lhe dá vários tapas na cara.
Sim querido leitor,
Julia Wertz é uma californiana que decidiu sair de São Francisco e se aventurar
pelas ruas de Nova York e nos conta exatamente o que sentiu, o que ela fez e
como lidou com a sua nada fácil mudança.
Com uma acidez
peculiar, Wertz nos leva para um ano de 2007 e narra de forma escrachada como
foi essa mudança.
Wertz gosta de fazer listas |
Com vinte e quatro
anos, Julia Wertz era uma excelente desenhista, já tinha suas próprias revistas
em quadrinhos sendo vendidas em uma pequena loja de revistas, que era sua
preferida, a Needles & Pens. Mas ela queria ganhar o mundo. E esse ano em
que passou em NY foi a melhor e a pior coisa que lhe aconteceu. Pense em uma
pessoa azarada, essa é Julia Wertz.
Imagina você sair de
sua zona de conforto, onde você tinha um namorado (que acabou com você porque
estava morando a quilômetros de distância), um loft que você amava, alguns
empregos, sim ela tinha um emprego em uma revista e outro em um bar, mas sempre
mudava porque nunca se adaptava. Um irmão que morava com você e que teve uma
overdose e foi para a reabilitação. Uma mãe e um padrasto que a amavam e eram
seu porto seguro, e também uma mãe que era muito entrona em vida, não disse que
era perfeito. Uma tendência gigante ao alcoolismo. Sim, porque mesmo morando na
Califórnia ela bebia horrores. Ela própria se autodestruía. Uma mente brilhante
que acabava literalmente na sarjeta.
Sua mãe e seus
amigos não a compreendiam, pois ela sempre foi de fazer tudo por impulso. Sempre
fez o que lhe dava nas ideias e nunca se preocupou em ser rotulada de lesada ou
mesmo de infantil.
Não sou capaz de me
colocar no lugar do personagem de um livro quando sei que aconteceu de verdade.
Quando a história contada não é apenas uma simples ficção e sim o que aconteceu
com ela naquele momento. Tenho empatia, óbvio. Mas não sou ela. Só que com esse
roteiro da Julia, é possível você se sentir em NY, viver as desventuras que ela
passou, se sentir um lixo com todo o direito, rir por ter se lembrado de uma
parte de sua vida sendo colocada ali nas páginas em sua frente e vibrar ao
saber que mesmo com toda a má sorte que ela possui, aquela personagem, ou
melhor, aquela pessoa que está ali sendo retratada conseguiu viver de fazer
quadrinhos. Julia Wertz vive fazendo o que mais ama no mundo, criar histórias.
Os momentos em que a
Julia dos quadrinhos se retratou não querendo sair da cama, não querendo fazer
absolutamente nada, não querer ver ninguém, mas ao mesmo tempo querer falar
apenas com uma pessoa, fez lembrar-me de mim mesma. Me sentir retratada ali,
foi ao mesmo tempo surreal e perturbador.
Muitas de suas colocações
foram um tapa na cara de muitas pessoas. Empresas, colegas de trabalho e seus
leitores. A forma de colocar sua vida em preto em branco e também sua coragem
para que todos ficassem sabendo disso, cara... vale cada página. Se irei
procurar mais de suas histórias? Claro ou com certeza? rs
P.S.: uma última
fotinho para vocês verem como ela me representa rs
Olha a situação da Julia em NY, que coisa né... estou igualzinha a ela aqui em SP |
P.S.2: não aguentei, tem essa também =P
SERVIÇO:
Título: Drinking at the movies
Autor: Julia Wertz
Tradutor: Eduardo Soares
ISBN: 978-85-8286-298-8
Assunto: Cartunistas
– Histórias em quadrinhos
Páginas: 208
Editora: NEMO
Nota: 5/5
Estante: Skoob
Sinopse: Nesta inebriante graphic novel autobiográfica, Julia Wertz (criadora da cultuada HQ The Fart Party) documenta o ano em que decidiu ir embora de São Francisco, sua cidade natal, para ganhar as ruas desconhecidas de Nova York. Mas não se engane: esta não é aquela história manjada de redenção da jovem que supera todas as adversidades ou bobagens desse tipo. É um livro pra lá de engraçado às vezes incisivo, é verdade , repleto de ilustrações divertidas, de um humor ácido e de muita autodepreciação. De quadrinho em quadrinho, Wertz passa por quatro apartamentos toscos, sete empregos sofríveis, problemas familiares, viagens fracassadas e uma infinidade de garrafas de uísque.
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