Angelus – Histórias Fantásticas de Anjos

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Autor: Georgette Silen & outros
ISBN: 978-856-3586-57-5
Gênero: Ficção Brasileira, Fantasia
Páginas: 188
Editora: Literata
Nota: 4,5/5
Estante: Skoob
Onde comprar: Saraiva / Cultura / Submarino











Sinopse: Desde os mensageiros gregos, os ággelos, passando pelos devas indianos e budistas, os malaks hebraicos e os seres autoluminosos dos zoroastrianos, muçulmanos e espíritas, os anjos são os seres celestes mais próximos dos humanos. Divididos muitas vezes em castas, cada qual com seu poder, limitações e influência, já sucumbiram à paixão pelas filhas da Terra, e de sua união nasceram os nefilins, os filhos dos anjos. Também cederam à ganância do poder, sendo expulsos do Céu, para reinarem absolutos no Inferno Cristão. E, em teorias como a do astronauta antigo, são vistos como visitantes extraterrestres que aqui estiveram para auxiliar na evolução do homem.

Mas, afinal, quem são os anjos? Mito, lenda ou realidade? Ícones de fé para milhões em todo o mundo, os anjos têm muitas histórias para contar. Aventure-se por Angelus – Histórias Fantasticas de Anjos, e descubra os mistérios ocultos por trás dessas maravilhosas criaturas.

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Bonjour Anges!

Hoje é dia de antologia na nossa “Pilha do Anjo”. Conheci Angelus pelo facebook, ao ser convidada por amigos para ir ao evento de lançamento do mesmo. Amo anjos. Esses seres envoltos em mistérios me encantam e fascinam. E foi justamente esse sentimento que me fez desejar tanto ler essa antologia.

Aproveitei o lançamento e comprei o livro, podendo conhecer as autoras Ceres Marcon e Suzy M. Hekamiah e também a organizadora e autora Georgette Silen.

Angelus – Histórias Fantásticas de Anjos é uma antologia composta por 20 contos que dão destaque aos anjos contando e recontando mitos e lendas acerca desses seres, explorando seus pontos fortes, seus sentimentos e intenções para com os humanos.

O livro chama atenção desde o primeiro instante. A capa traz The Birth of Venus, uma obra de 1879 do pintor francês William-Adolphe Bouguereau. Com suas cores sóbrias e frias essa imagem remete bem ao clima do livro, algo mais denso e pesado apesar de, por diversas vezes, delicado.

Já no prefácio sou surpreendida com uma bela introdução regada de fatos históricos e registros de obras em que esses seres alados aparecem. O prefácio é tão envolvente que já senti como se estivesse lendo um dos contos. A forma como foi narrada, de forma a parecer como se o narrador estivesse sentado à sua frente conversando e trocando informação atiçou ainda mais a vontade de prosseguir com a leitura. E essa introdução rica em detalhes, porém objetiva, permite que mesmo aqueles que não têm um conhecimento tão profundo no assunto possam ler os contos sem se sentir perdido.

Após esse inicio bem trabalhado o primeiro conto, “O Bicho-Homem de Máchenka” de Sheilla Liz, fluiu como água. Sua leitura foi tão rápida que me surpreendi quando cheguei ao final. De cara já nos é apresentado uma história de amor inocente e puro, porém arrebatador e, ao término do texto é impossível não sorrir ao pensar em “destino”.

A cada conto é possível viajar pelas diversas visões angelicais que cada autor tem. O mais fascinante é ver toda essa variedade, ver anjos da morte e logo em seguida anjos da luz, histórias de superação e de queda, redenções e castigos e poder confrontar a si mesmo, buscando sua própria opinião sobre eles.

Impossível não se surpreender com alguns finais. Um dos contos que mais me chamou a atenção foi “Pequena Dama” de Ramon Giraldi, um conto simples, mas com uma bela mensagem ao final, que é uma celebração à vida.

Outra coisa que me chamou a atenção foi a presença de um autores portugueses e o fato de terem mantido os aspectos peculiares da escrita nesse idioma, reforçando assim a introdução do livro, mostrando a visão de pessoas com culturas diferentes.

E assim como muitos, notei que os diversos autores gostaram de abordar a queda desses seres que sempre são remetidos à luz, como se vê-los com essa faceta mais humana fosse trazê-los para mais perto da nossa realidade.

Adorei ver a diversidade de cenários, passando por lugares pouco vistos como o Nepal, ou mostrando a visão angelical para uma muçulmana. Assim como vampiros, bruxas e lobisomens também deram seu ar da graça em alguns momentos.

Angelus não fica preso apenas ao apocalipse e guerra do Armagedon, com lutas épicas. Isso é instigante, pois podemos voltar um pouco para a essência do mito, com esses seres sendo a ponte entre o divino e os humanos, consolando e ajudando. Sendo símbolo da justiça. E também, lutando para não cair em tentações, na lama mundana, sendo suscetíveis aos prazeres da carne.

Até chegar ao vigésimo conto foi uma verdadeira monta-russa de eventos, atiçando diversos sentimentos. Algumas vezes sendo tranquilo, outras abordando as obscuridades, a violência e a decadência. Adorei o clima do livro, foram textos muito bem selecionados. Angelus é um daqueles livros que recomendo sem medo de errar. E o melhor é que logo teremos uma continuação com o tema demônios.


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