A Culpa é das Estrelas - Mayara

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Título original: The Fault In Our Stars
Autor: John Green
Tradutor: Renata Pettengill
ISBN: 978-85-8057-226-1
Gênero: Ficção, Young Adult, Sick Lit
Páginas: 288
Editora: Intrínseca
Nota: 5/5
Estante: Skoob
Onde comprar: Saraiva / Cultura / Submarino

Sinopse: A culpa é das estrelas narra o romance de dois adolescentes que se conhecem (e se apaixonam) em um Grupo de Apoio para Crianças com Câncer: Hazel, uma jovem de dezesseis anos que sobrevive graças a uma droga revolucionária que detém a metástase em seus pulmões, e Augustus Waters, de dezessete, ex-jogador de basquete que perdeu a perna para o osteosarcoma. Como Hazel, Gus é inteligente, tem ótimo senso de humor e gosta de brincar com os clichês do mundo do câncer - a principal arma dos dois para enfrentar a doença que lentamente drena a vida das pessoas.

Comentários:
Depois de ouvir tantas críticas ótimas desse livro, eu não podia deixar de conferir e dar a minha opinião também. E isso só serviu para comprovar que todos estavam certos, o livro é maravilhoso.



Hazel é uma personagem cativante e que traz consigo uma força e um humor que não é fácil na situação pela qual está passando. Ao encontrar Augustus Waters, encontra também outra pessoa que compartilha dos mesmos sentimentos e entende perfeitamente seu humor. Não há outra alternativa a não ser o embalo de um romance.
"- (...) Estou apaixonado por você, e sei que o amor é apenas um grito no vácuo, e que o esquecimento é inevitável, e que estamos todos condenados ao fim, e que haverá um dia em que tudo o que fizemos voltará ao pó, e sei que o sol vai engolir a única Terra que podemos chamar de nossa, e eu estou apaixonado por você." (pág. 142)
Os personagens secundários também são muito importantes na trama, principalmente Peter Van Houten, autor do livro favorito de Hazel "Uma Aflição Imperial". Se um dia John Green quiser escrever esse livro para nos conquistar da mesma maneira que Hazel gostaria de conquistar ao fazer com que todos leiam seu livro favorito, a minha maior certeza é que eu seria uma das primeiras a comprá-lo.

A narrativa instigante de John Green nos leva nos primórdios da doença de Hazel e, pouco a pouco, nos deixa conhecer as motivações de sua força de vontade e toda a trajetória difícil pela qual teve de passar para chegar aonde está e viver um dia a mais, sabe-se lá até quando.
"Meu capítulo final foi escrito no momento do diagnóstico. O Gus, como a maioria dos sobreviventes do câncer, vivia na incerteza." (pág. 152)
Com a amizade entre Hazel e Augustus crescendo, conhecemos melhor também a trajetória do garoto e nos apaixonamos por ele como Hazel se apaixona - "do mesmo jeito que alguém cai no sono: gradativamente e de repente, de uma hora para outra".

É difícil falar demais sobre o livro, pois tantas coisas acontecem na história e as reviravoltas são enormes. Mas o que posso dizer, acima de tudo, é que, mesmo acreditando que o diagnóstico foi o início do último capítulo de sua vida, Hazel amadurece e percebe que não é a única bomba que, ao estourar, deixará marcas em todos ao seu redor.
"Tipo, Caroline Mathers era uma bomba, e quando ela explodiu todo mundo em volta foi atingido pelos estilhaços." (pág. 94)
Muitos disseram que choraram e se emocionaram com o livro, mas eu tenho que admitir que mais ri do que chorei. Todo o humor colocado nos diálogos faz com que uma leitura que deveria ser cruel e pesada se torne uma leitura leve e divertida.

De uma maneira madura e muito sensível, John Green nos leva ao fundo de uma história de adolescentes enfrentando problemas que não são compatíveis com o momento que estão começando a viver, mas que isso não os abala completamente e tentam se manter numa "montanha-russa que só vai para cima" utilizando dos chamados "privilégios do câncer" e de todo o amor que podem dar e receber até o último dia de suas vidas.
"Pensei no meu pai me dizendo que o universo quer ser notado. Mas o que nós queremos é ser notados pelo universo, fazer com que o universo dê alguma bola para o que acontece com a gente - não a ideia coletiva de vida senciente, mas cada um de nós, como indivíduos." (pág. 255)
Enfim, é o típico livro que, como Hazel diz de Uma Aflição Imperial, "enche você de um estranho fervor religioso e você se convence de que esse mundo despedaçado só vai se tornar inteiro de novo a menos que, e até que, todos os seres humanos o leiam".



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