[Vintecinco Versos #8] Para sempre

14:00 Daniele Vintecinco 0 Commentários



Oi gente, voltando depois de uma pequena pausa motivada pelo ritmo louco de trabalho nos últimos tempos, fiquei pensando que poema poderia trazer para esse mês de maio e claro que a data comemorativa do Dia das Mães logo veio a minha cabeça e sem pestanejar se tornou o tema desse Vintecinco Versos. 

Mãe é um objeto de amor e adoração de quase todas as pessoas e claro que na poesia ela também teve sua forte representação, e entre tantos poemas sobre esse ser que tanto amamos escolhi um de Carlos Drummond de Andrade. 

Para sempre

Por que Deus permite 
que as mães vão-se embora? 
Mãe não tem limite, 
é tempo sem hora, 
luz que não apaga 
quando sopra o vento 
e chuva desaba, 
veludo escondido 
na pele enrugada, 
água pura, ar puro, 
puro pensamento. 
Morrer acontece 
com o que é breve e passa 
sem deixar vestígio. 
Mãe, na sua graça, 
é eternidade. 
Por que Deus se lembra 
— mistério profundo — 
de tirá-la um dia? 
Fosse eu Rei do Mundo, 
baixava uma lei: 
Mãe não morre nunca, 
mãe ficará sempre 
junto de seu filho 
e ele, velho embora, 
será pequenino 
feito grão de milho.


Carlos Drummond de Andrade (Itabira, 31 de outubro de 1902 — Rio de Janeiro, 17 de agosto de 1987) Escritor que atuou em vários estilos como poesia, contos e crônicas. Sobre a influência da escola modernista, traz em sua escrita o uso do verso livre.  Com uma extensa obra literária Drummond possui várias temáticas em sua poesia, tendo três estilos bem demarcados: a poesia irônica, a poesia social e a poesia metafísica. 


Curiosidade: Drummond já foi representado algumas vezes nas telas, uma no filme Poeta de Sete Faces e outra na série JK.

0 comentários: