[Vintecinco Versos #8] Para sempre
Oi gente, voltando depois de uma pequena pausa motivada pelo ritmo louco de trabalho nos últimos tempos, fiquei pensando que poema poderia trazer para esse mês de maio e claro que a data comemorativa do Dia das Mães logo veio a minha cabeça e sem pestanejar se tornou o tema desse Vintecinco Versos.
Mãe é um objeto de amor e adoração de quase todas as pessoas e claro que na poesia ela também teve sua forte representação, e entre tantos poemas sobre esse ser que tanto amamos escolhi um de Carlos Drummond de Andrade.
Para sempre
Por que Deus permite
que as mães vão-se embora?
Mãe não tem limite,
é tempo sem hora,
luz que não apaga
quando sopra o vento
e chuva desaba,
veludo escondido
na pele enrugada,
água pura, ar puro,
puro pensamento.
Morrer acontece
com o que é breve e passa
sem deixar vestígio.
Mãe, na sua graça,
é eternidade.
Por que Deus se lembra
— mistério profundo —
de tirá-la um dia?
Fosse eu Rei do Mundo,
baixava uma lei:
Mãe não morre nunca,
mãe ficará sempre
junto de seu filho
e ele, velho embora,
será pequenino
feito grão de milho.
Carlos Drummond de Andrade (Itabira, 31 de outubro de 1902 — Rio de Janeiro, 17 de agosto de 1987) Escritor que atuou em vários estilos como poesia, contos e crônicas. Sobre a influência da escola modernista, traz em sua escrita o uso do verso livre. Com uma extensa obra literária Drummond possui várias temáticas em sua poesia, tendo três estilos bem demarcados: a poesia irônica, a poesia social e a poesia metafísica.
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