Emmi Itäranta – Memória da Água
Esse livro veio em parceria com
o Livrólogos da minha querida amiga Rosana Gutierrez. E a resenha vocês podem conferir
por lá também que saiu no site. Bem vamos descobrir o que eu gostei neste
livro?
O que falar desse livro que ao
ver a capa você pode pensar que não é seu estilo de leitura? A Rosana me ganhou
quando falou que ele era uma distopia. E eu imaginei “Com essa capa? Deve ser
um livro muito, mas muito chato!” Às vezes podemos nos surpreender com relação
a isso.
O livro realmente tem um ritmo
mais lento, o que para quem me conhece sabe que não gosto, mas neste caso o
ritmo não me irritou, pois como a água, o livro consegue fluir em vários
ritmos. Ora calmamente, ora um turbilhão.
Eu nunca tinha ouvido falar no
Philip K. Dick Award, um prêmio conferido ao melhor livro feito em paperback
(capa mole) na categoria de ficção científica. Não sou nerd, acredito eu nunca
ter lido nenhum livro de ficção cientifica, mas tenho alguns em minha estante
para leituras próximas, por isso acredito que esse livro mesmo sendo finalista
não seria colocado nesta categoria e sim como distopia mesmo. Pois tudo
acontece quando o nosso maior bem acaba.
Emmi Itäranta nos mostra como o
poder, a corrupção, as mentiras, as traições afetam o ser humano mesmo no tempo
de calamidade. No mundo não existe mais água potável, as nascentes secaram,
água agora só dessalinizadas, mas alguns possuem segredos.
O livro traz a história de
Noria Kaitio, a filha do Mestre do Chá. Uma profissão há muito esquecida. Mas
em alguns vilarejos ainda se faziam presentes. Ai você fica pensando, “hum ok,
falta água e existe ainda uma profissão de chá?”, pois é existe e ainda por
cima existe um segredo. O mestre do chá cuida de uma nascente e sempre possui
uma fonte de água fresca para o ritual do chá. Estranho? Não. Como os militares
pegaram todas as nascentes e chamaram de sua, a única coisa que um verdadeiro mestre
do chá pode fazer é cuidar para que a nascente sobreviva e que o ritual seja
cumprido.
O livro mostra a relação de
Noria com os pais, com a melhor e única amiga Sanja, com os militares, com a
água e o que eu vejo como principal, a relação dela para com ela. Pode parecer
estranho, mas quem nunca se pegou falando com você mesmo, pensando no que
faria, no que poderia fazer, o que mudaria ou mesmo na dicotomia do que é certo
e do que é fácil.
Aprendi muito com essa
personagem. A dar valor às pequenas coisas como, por exemplo, um dia de chá,
uma coisa que para nós parece banal, para eles era o ápice. Quem fosse
convidado para o ritual ou era um militar poderoso ou tinha muito dinheiro.
Aqui tomamos chá como se fosse uma caneca de café, só ingerimos. Você já pensou
no sabor que a era produz enquanto está no bule? Ou o momento certo para se
colocar a erva na água? Ou mesmo o que servir e o que falar quando se está com
pessoas em sua mesa?
Sou uma pessoa que gosta muito
de reunir amigos para bater papo em volta da mesa, seja apenas um chá da tarde
ou mesmo um jantar. O comprometimento que temos é grande e fazer o outro se
sentir especial traz uma paz e alegria que a autora conseguiu colocar nas
páginas deste livro. Memória da água está na minha lista de livros que será
eternamente indicado aos leitores. Por isso não espere não, vá ler logo e veja
o porquê esse livro mexeu comigo.
SERVIÇO:
Título: Memory of water
Autor: Emmi
Itäranta
Tradutor: Liliana Negrello e Christian Schwartz
ISBN: 978-85-01-10311-6
Assunto: Literatura ficção
finlandesa
Páginas: 288
Editora: GaleraRecord
Nota: 5/5
Estante: Skoob
Passada na manteiga que esse livro é distopia oO
ResponderExcluirTambém não curto livro lento, então, provavel que eu deixei esse meio de lado.. Mas adorei sua resenha. Falou do livro sem dar spoilers
Beijos
http://balaiodebabados.blogspot.com.br/
Luiza, esse livro me pegou de jeito. Adorei ele!
ExcluirBeijinhos
Vai pra minha TBR de Janeiro , pra começar o 2016 com boas leituras *_*
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