A Besta Humana
Título Original: La Bête
Humaine
Autor: Émile Zola
Tradutor: Dilson Ferreira da
Cruz
ISBN: 978-85-7844-161-6
Gênero: Ficção francesa
Páginas: 352
Editora: Disal
Nota: 4/5
Estante: Skoob
Onde comprar: Disal,
Livraria Cultura, Saraiva
Sinopse:
O livro traz a história de Roubaud, um homem brutal e ciumento, que se casa com Severine. Ao descobrir que ela o enganara antes do casamento, mata o homem que abusara de sua jovem esposa. Consegue escapar da justiça fazendo as suspeitas recaírem sobre Cabuche, um bode expiatório dos crimes da região.
Comentários:
Olá, meus queridos, tudo bem?
Eu
nunca havia lido um livro de Émile Zola e já faz muito tempo que só andava
lendo livros de autoajuda, beleza e literatura não muito densa...
Fiquei
superfeliz quando a Disal entrou em contato para avisar que tinha um lançamento
e que se tratava de um autor da escola literária naturalista francesa.
O
prefácio do tradutor nos situa quanto ao espaço, ao tempo, à importância dos
trens a vapor naquela época. Ele diz que o trem é uma besta humanizada na
trama. Isso me chamou a atenção. Comecei a ler o livro querendo logo entender
que personagem seria a besta humana e de que forma o trem se encaixaria como
uma besta humanizada.
Aliás,
como tradutora que sabe as dificuldades de encontrar a palavra certa em
tradução literária, principalmente em casos de livros que foram escritos há
muitos anos, devo parabenizar o Dilson que fez um ótimo trabalho na tradução
dos termos técnicos das locomotivas e também por ter usado palavras que hoje em
dia não usamos, aumentando nosso vocabulário! Procurem aí o que é hebdomadário!
Tá no texto hehe
Sem contar as notas
explicativas sobre as referências à política da época (Napoleão, guerra,
plebicito).
Bem,
vamos à história do livro... difícil fazer resenha sem spoiler, mas vou tentar.
A história começa como na sinopse. Roubaud casa com uma moça que era amante do
presidente Grandmorin. Um dia, conversando com ela, ele descobre que ela era
protegida dele exatamente porque era amante. Fica enciumado e resolve matar o
cara.
Onde o
trem entra nessa história? Roubaud era subchefe da estação. Mata o presidente
em um vagão no trem. Jacques, que era maquinista e estava exatamente no lugar
certo na hora certa, vê alguém com uma faca parecer matar alguém. No dia
seguinte encontram o corpo. Mas Jacques não consegue reconhecer o assassino.
Investigação
vai, investigação vem, várias histórias com outros personagens vão aparecendo
na trama. Tem o casal Misard e Phasie, tia de Jacques, que vai sendo envenenada
pelo marido porque recebeu um dinheiro que escondeu para não dar a ele. Tem
Flore, que é apaixonada por Jacques, mas que não é correspondida. Tem a história do próprio Jacques, que tem
vontade de matar as mulheres por quem se sente atraído. A besta humanizada é a Lison, locomotiva que o Jacques pilota. Ele se refere a ela e ao seu foguista como "ménage a trois".
E quem
é a besta humana do título? Essa eu não vou estragar, vou deixar pra você ler o
livro e descobrir. Confesso que eu achava que era uma pessoa e me surpreendi,
porque era outra. E a menção à besta humana só é feita na página 170.
O
assassinato do presidente não será o único, haverá mais alguns, com novas
investigações. E mais casos de traição também.
No
final eu senti o vazio que sinto quando leio os livros do Saramago... acho que
ele escreve muito bem, mas nunca termina bem suas histórias. Neste caso, foi
igual, a leitura, apesar de difícil pela quantidade de personagens e detalhes
da narrativa, é fluida, pois queremos saber o que vai acontecer, se vão
descobrir o assassino, se o Jacques vai ser capaz de matar a mulher, se o
Cabuche vai se livrar já que sabemos que é inocente... mas no final, ele não dá
o fechamento que eu esperava. Ele fecha as histórias, mas abre uma nova.
E você,
ficou curioso pra saber quem é a besta
humana? Participa do nosso sorteio! Vai até o dia 08/08.
Um beijão e até a próxima!
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