9 Minutos com Blanda
Autor: Fernanda França
ISBN: 978-85-8146-046-8
Gênero: Romance Brasileiro
Páginas: 224
Nota: 4/5
Estante: Skoob
Sinopse: Ótimo
Panorama. A minha mãe e a minha sogra planejavam o meu casamento, eu sequer
sabia se o meu namorado queria se casar comigo e não parava de pensar em um
cara cujo nome eu desconhecia. Naquele momento pensei: “Sou a pior espécie de
mulher que já existiu, mas não posso desistir de mim mesma, senão estou
perdida”. Decidi dar uma chance para o que é real e tentar esquecer a história
de cinema com o gerente de banco que era baterista. Até porque história de
cinema é escrita para cinema e só acontece no cinema. Seria diferente comigo?
Bonjour Anges!
Aqui estamos nós, mais
uma vez com livro nacional na “Pilha do Anjo”. E mais uma vez também trago um
Chick-Lit. Sim, esse gênero, assim como o erótico, tem crescido cada vez mais
aqui no Brasil. E é com muito prazer que posso mostrar mais uma boa
recomendação pra quem curte.
Olhando pra capa eu não
daria muito pelo livro. Sim, é uma capa bem colorida, com um desenho de traço
interessante, bem característico de Chick-Lit. Mas, passando em uma livraria eu
não olharia duas vezes para o livro. Ok, talvez eu olhasse, pois tem um gatinho
do lado do titulo, e sou louca por felinos. Mas, fora esse detalhe, nada
atrairia minha atenção de primeira, mesmo sendo árdua consumidora de Chick-Lit.
E foi ai que em um
evento conheci a autora e a achei um doce de pessoa. Sei que em algumas
resenhas sempre falo isso, mas muitas vezes o que me ganha primeiro é a empatia
com o autor. E foi bem isso que aconteceu. E assim, eis que me vejo com o livro
em mãos.
Blanda Reis é uma jovem
com pouco mais que vinte anos e pouco menos que trinta anos de idade. Sejamos
diretos, ela tem 24 anos. É uma advogada frustrada, fez a faculdade por conta
dos desejos da mãe, mas não é satisfeita com a profissão, é uma artista
oprimida, por não dar lugar à sua arte, e pra piorar, desempregada. Todo dia
seu maior sofrimento é encarar o despertador antes de se preparar para sair e
caçar um novo emprego.
Ela mora sozinha. Bem,
não tão sozinha, pois divide oficialmente o apartamento com Freddy Krueger, seu
gato. E de vez em quando tinha mais um inquilino no lugar: Maximiliano, ou
simplesmente Max, que era o... o... Bem, era algo indefinido na vida de Blanda
há quase um ano.
Além de ser algo indefinido,
Max ainda era uma ancora na vida de Blanda. Totalmente relapso. Nunca tinha uma
palavra de incentivo, de apoio moral. Nunca levanta a autoestima da jovem. Só
aparecia para comer e deixar roupas para serem lavadas, sem nem ao menos
agradecer ou dar um simples beijinho ou carinho qualquer.
A mãe de Blanda,
Amaralina, também é advogada e por isso insistiu tanto para que Blanda não
pintasse e seguisse seus passos. É uma mulher com gostos duvidosos em relação a
vestuário, amante de cosméticos. Uma perua meio desligada, louca pela filha,
mas sem senso nenhum do que fazer ou falar sem causar constrangimentos. Guarde
essa informação, ela é importante para a trama.
Quando uma coisa está
ruim em nossa vida, parece que atrai mais desgraça. E com Blanda não foi
diferente. Ao tentar pagar uma conta no banco, Blanda foi vitima da vilã de
todas as agencias bancarias do Brasil: a porta giratória. Ao esvaziar a bolsa e
quase se despir (e ainda estar segurando a calcinha extra que sempre leva na
bolsa – algo rosa pink com babados) finalmente ela consegue entrar no banco e
dá de cara com o homem mais lindo que ela já viu: o gerente do lugar, que gentilmente
paga a conta para que ela não tenha que enfrentar a fila depois de todo o transtorno
com a porta. E é claro que depois disso, Blanda não consegue esquecer o homem
de quem nem sabe o nome.
Como desgraça pouca é
piada, depois de quase um ano, do nada, Max solta que ele e Blanda são
namorados. Isso com certeza foi um choque pra moça, afinal, ela já estava
acostumada a ser qualquer coisa, menos a parceira de um relacionamento estável.
E assim, num rompante, ela praticamente exige conhecer a família dele. Mal sabe
ela que foi bem naquele momento que tudo iria começar a desandar...
Como não conseguiu
despistar a própria mãe, Blanda e Amaralina conhecem a Dona Cremilda e Seu
José, os pais do moço. Eles um poço de educação conseguiram fazer as convidadas
se sentirem extremamente a vontade. A vontade demais eu diria, pois quando Dona
Cremilda perguntou em que pé estava o relacionamento dos dois foi Amaralina
quem respondeu que seguia pra casamento. E ali, naquele instante, as duas sem
nem citarem os mais interessados naquela historia toda, começaram os
preparativos do casamento.
Totalmente desnorteada,
Blanda saiu do jantar de apresentação dos sogros (que acabou virando quase um
noivado) e resolveu sair com sua melhor amiga: Tereza ou Teca. Essa amiga é
quase uma irmã, as duas cresceram juntas e são grudadas, mesmo que a correria
do dia-a-dia as façam sumir por uns tempos. E Teca é daquelas pessoas que se
pode contar a todo momento. E ela percebe que a amiga não está tão feliz assim
com essa historia de casamento.
E nessa saída entre
amigos (sim, além de Teca, outros amigos da infância e adolescência de Blanda
também apareceram) Blanda percebe como tinha deixado sua própria vida de lado
por conta das negativas de Max em se enturmar com os amigos dela. E já de saco
cheio, Blanda resolve se divertir e brincar... Mas para seu azar (ou sorte) o
baterista da banda que estava tocando fica de olho nela e quando ela resolve
dar atenção a isso descobre que na verdade o baterista nada mais é que o
gerente do banco onde ela pagou mico.
E a partir disso Blanda
começa uma jornada de autoconhecimento. Ela descobre o que a deixa tão infeliz,
o que realmente a incomoda. Descobre uma verdadeira profissão, um verdadeiro
amor, verdadeiros amigos. E essa jornada a tornará uma mulher que curte viver,
que é livre pra sonhar e amar e ser amada.
A maior lição desse
livro é que por muitas vezes as coisas começam a dar errado para nos mostrar
que estamos seguindo o caminho errado para a felicidade e plenitude. Uma
escolha tem o poder de dar ou tirar a felicidade.
Muita confusão e
diversão em uma narrativa em primeira pessoa que mostra como Blanda é uma
criança grande amadurecendo a cada paulada da vida, em situações inusitadas,
pra não dizer hilárias.
“9 Minutos com Blanda”
é garantia de boas risadas. Um livro leve, de humor quase inocente. Um Chick-Lit
fofo e bem envolvente. Uma leitura rápida e relaxante. Pra quem curte o gênero é
um ótimo livro.
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