Johan Harstad – 172 Horas na Lua
Johan Harstad tinha tudo para me ganhar na sua história. Cenários maravilhosos, Noruega, Japão, França, Nova York e claro, a Lua! Mistério sensacional. Produção gráfica muito boa com cortes em documentos (as famosas tarjas pretas para classificação de documentos confidenciais, fotos de locais, propaganda e mapas. Mas… ok, sempre tem um mas não é mesmo?
Nas últimas 50 páginas, a história decaiu e foi para o ralo. Gente, sério. Estava eu aqui super empolgada com o enredo que este autor norueguês, eu nunca tinha lido nada dele. O cara escreve muito bem. Tem uns fellings ferrado, porém para terminar a sua história… não sei se ele tinha já isso em mente, ou foi jogado uma ideia para ele e ele disse “ok, vamos nessa”, mas sério… não curti.
Bom, o enredo traz a NASA querendo voltar à Lua para garimpar um material chamado tântalo setenta e três que foi encontrado no polo sul da Lua. Contudo, não era apenas para isso esta missão. Eles precisavam angariar fundos para a decolagem. E olha a brilhante ideia… Resolveram sortear três adolescentes entre 14 e 18 anos para essa viagem! Seria legal? Com certeza! Eu ia me inscrever na hora, se eu ia mandar minha filha? JAMAIS. Ai você pergunta “ah, Milena. Por quê você pode e ela não?” Gente, essa resposta é muito simples. Todo filho para sua mãe é o bem mais preciso que existe na face da Terra. Claro que eu não iria querer que ela perdesse essa mega oportunidade, mas e se acontecesse uma merda e ela morresse? Eu nunca ia me recuperar e muito menos me perdoar por qualquer mal que ela sofresse.
Só que nem todos os pais pensam assim. Nossos personagens são Mia da Noruega que seus pais a inscreveram sem ela autorizar, pois ele viam isso como uma oportunidade única. Midori uma japonesa que quer sair desesperadamente do Japão e ir morar com suas amigas em Nova York e viver e moda e arte. E temos um francês que por uma desilusão amorosa resolve se inscrever e passa, o Antoine, que acredita que essa viagem possa trazer de volta sua amada Simone.
Muita coisa se passa até a decolagem que acontece em 2018. E é aí que começa o mistério. O que tem realmente na Lua que os caras da NASA querem? Por que aparecem personagens aleatórios na história falando que seria melhor não voltarem à Lua? Por que nunca dizem a verdade para todos os tripulantes da missão? Muitas perguntas, contudo, poucas respostas.
O desenrolar da trama estava indo perfeitamente bem. Eu estava abrindo o livro, lendo. Fechando, me irritando. Me questionando sobre as ações da NASA. Abrindo o livro novamente, lendo mais, ficando mais curiosa e claro me questionando mais. Quando eu leio, eu realmente entro dentro da história. Alguns autores não conseguem me fazer vivenciar sua história, o pior é que Johan consegue, mas acaba detonando tudo no final.
Teoricamente a resenha acaba aqui, pois se eu falar mais alguma coisa seria spoiler. Este livro levou nota 2 no Skoob não somente pelo final, porque devemos contar tudo o que a obra tem. A capa, a diagramação, o design todo planejado do livro, a narrativa envolvente, o mistério, o enredo tudo isso foi muito bom, me diverti bastante lendo ele, eu diria que valia uma nota 4.
Projeto gráfico do livro 172 Horas na Lua |
Todavia, me senti enganada nas últimas 50 páginas. Não que o autor deva escrever conforme eu quero. Mas caramba, mas faça um final mais plausível. Isso decaiu a nota e muito. Vou colocar aqui abaixo sobre o achei final. Estará com a tarjeta, mas para ler basta selecionar com o mouse para ver o que escrevi e perceba o que me irritou profundamente.
Nas últimas 50 páginas o autor começa a colocar um ser que é inteligente, possui capacidade de se transmutar em outra pessoa, tipo eu, você ou mesmo seu melhor amigo. Só que não é humano. Ele não se alimenta, não tem a sombra para o lado correto e sua íris é negra como o breu. Alguns cientistas o nomearam como Doppelgänger, ou em bom português “a cópia de alguém” um dublê perfeito. E é este Doppelgänger que vem para a Terra depois de matar todos os astronautas e quase todos os adolescentes, fora a Mia que escreve uma carta, faz um rádio improvisado e morre sem conseguir falar para ninguém sobre o que aconteceu ali na base da Lua. Este Doppelgänger se transfigura como ela e volta como uma sobrevivente.
Até aí, ok. Morreram todos e um ET está na Terra. Beleza. O que me irritou é, o Doppelgänger matou a família da Mia e os transformou em outros Doppelgänger. E esses novos foram de quarto a quarto no hotel em Nova York e transformaram todos os hóspedes em Doppelgänger. Olha que coisa mais linda. Ele acabou com o mundo e transformou em outra Lua?
Gente é sério. Não precisava ter final feliz, onde todos ou alguns personagens voltassem, mas ao menos um que saberia a verdade ou mesmo que a Mia conseguisse falar com alguém da Terra sobre o que aconteceu e os humanos tentariam lutar contra isso. Ou mesmo que esse Doppelgänger chegasse aqui e tentasse se infiltrar na NASA e não acabar com a população… Juro que detestei este final. Pra mim ficou muito tosco.
Bom é isso, espero que este autor escreva outas histórias. Juro que darei ainda uma nova oportunidade para ele. Mas 172 Horas na Lua não foi um livro feliz na minha opinião.
SERVIÇO:
Título: 172 hours on the moon
Autor: Johan Harstad
Tradutor: Camila Fernandes
ISBN: 978-85-8163-709-9
Assunto: Literatura ficção norueguesa
Páginas: 288
Editora: Novo Conceito
Nota: 2/5
Estante: Skoob
Sinopse: O ano é 2018. Quase cinco décadas desde que o homem pisou na Lua pela primeira vez.Três adolescentes comuns vencem um sorteio mundial promovido pela NASA. Eles vão passar uma semana na base lunar DARLAH 2 - um lugar que, até então, só era conhecido pelos altos funcionários do governo americano.Mia, Midore e Antoine se consideram os jovens mais sortudos do mundo. Mal sabem eles que a NASA tinha motivos para não ter enviado mais ninguém à Lua.Eventos inexplicáveis e experiências fora do comum começam a acontecer...Prepara-se para a contagem regressiva.
Oi, Mi.
ResponderExcluirQue saco, hein?!
Detesto quando essas coisas acontecem... A gente se empolga com uma história e ela termina mal...
Concordo que os livros não precisam ter finais felizes, mas não precisa ser decepcionante, né?!
Beijos
Camis - Leitora Compulsiva
www.leitoracompulsiva.com.br