Vintecinco Versos #2
Oi gente, sei que essa era para ser uma coluna mensal e mal comecei e já pulei um mês (o de julho) mas em minha defesa quero dizer que estava trabalhando como uma louca, mas agora, com a vida razoavelmente ao normal (se é que posso usar “normal”para falar de minha rotina atual) volto com o 25 Versos.
Nesta postagem vou trazer outro poeta de minha formação e do meu coração, em cada um de seus heterônimos, sim, estou falando do meu amado Fernando Pessoa, e poderia trazer vários poemas dele (e futuramente vou trazer) mas para começar vou apresentar um que além de falar muito sobre ele também fala sobre ser poeta:
AUTOPSICOGRAFIA
O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.
E os que leem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.
E assim nas calhas de roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama coração.
Fernando Pessoa (13 de Junho de 1888 — 30 de Novembro de 1935), foi mais um poeta que me marcou, português muito conhecido pela sua obra e por seus heterônimos (que vão além de pseudônimos, sendo na verdade personalidades completas, com identidades e princípios), entre eles podendo citar principalmente Ricardo Reis, Álvaro de Campos e Alberto Caeiro. E devido a isso sua obra é extensa, complexa e multifacetada.
Curiosidade: esse poema também é citado pelo autor Pedro Bandeira em seu livro A Marca de uma Lágrima, que é inspirado tanto nesse poema quanto na obra Cyrano de Bergerac, de Edmond Rostand, recomendo muito a leitura de ambos os livros.
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