[Vintecinco Versos #6] Motivo
Oi gente, esse mês decidi trazer a primeira poetisa para essa coluna e a primeira em quem pensei foi em Cecília Meireles, já que seus poemas e sua obra foram as que mais me marcaram quando comecei a caminhar pelos caminhos de versos e rimas.
Quando decide falar sobre ela logo pensei no poema Retrato, que realmente marcou minha adolescência e é um dos seus trabalhos mais conhecidos, mas pensei bem e trouxe outro dela que também está entre os que mais gosto e que traz sua reafirmação como poeta:
Motivo
Eu canto porque o instante existe
e a minha vida está completa.
Não sou alegre nem sou triste:
sou poeta.
Irmão das coisas fugidias,
não sinto gozo nem tormento.
Atravesso noites e dias
no vento.
Se desmorono ou se edifico,
se permaneço ou me desfaço,
- não sei, não sei. Não sei se fico
ou passo.
Sei que canto. E a canção é tudo.
Tem sangue eterno a asa ritmada.
E um dia sei que estarei mudo:
- mais nada.
Cecília Meireles (Rio de Janeiro, 7 de novembro de 1901 — Rio de Janeiro, 9 de novembro de 1964). Grande nome da literatura, publicou aos 18 anos seu primeiro livro de poesia, sua escrita recebe influência das escolas várias escolas entre elas o Simbolismo e o Modernismo o que faz com que sua extensa obra seja lembrada e toque as pessoas através do tempo
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